"Agora o tempo é de despertar e reabilitar a
cidadania, passar do amorfismo, que espera, aceita, não julga, não
reivindica nem condena a política e os políticos, reabilitar, conjuntamente, a
sociedade civil e as suas diversas organizações, para a participação
sistemática, empenhada e responsável, que se informa, esclarece", declarou
o antigo chefe de Estado.
Ramalho Eanes falava no Centro Cultural Olga Cadaval, em
Sintra, onde decorreu a apresentação a Comissão de Candidatura de Sampaio da
Nóvoa na corrida às presidenciais de 2016.
Sampaio da Nóvoa, disse Eanes, é um homem
"descomprometido" com as "elites político-partidárias, primeiras
responsáveis" pela "nefasta situação" de Portugal, e
"compromissos não tem com os 'lobbies' que têm desestruturado o Estado, a
economia, destruído a unidade popular indispensável à mobilização conjunta de
um povo no processo de renovação modernizadora do país".
Para o antigo chefe de Estado, o anunciado candidato
presidencial "entende que a renovação da democracia, enquanto forma e fim
da sociedade moderna, passa pela sociedade civil e pela cidadania, que devem
ser, e são, considerados, por todos, como fruto da inspiração criativa e motivo
de dinâmica expressão, de democracia das liberdades, de igualdade na dignidade,
de apreço civil pelo mérito".
Também Mário Soares e Jorge Sampaio, antigos Presidentes,
demonstraram já o seu apoio à candidatura do ex-reitor da Universidade de
Lisboa, com Sampaio a enviar uma mensagem em formato vídeo transmitida perante
as centenas de pessoas presentes na iniciativa desta noite.
Jorge Sampaio definiu a candidatura de Sampaio da Nóvoa
como "portadora de uma amplitude nacional" e que motiva a
"reflexão, dinamismo, capacidade crítica e impulso renovador" do
país.
O antigo reitor "reage contra a crise e o desalento", acrescentou o antigo chefe de Estado.
E concluiu assim a sua mensagem: "Precisamos da lucidez
e visão de António Sampaio da Nóvoa".