Sampaio da Nóvoa diz ser necessário "transformar
Belém num lugar de todos os portugueses". Com plateia cheia no Centro Olga
Cadaval, o candidato contou com o apoio dos antigos chefes de Estado Ramalho
Eanes, Mário Soares e Jorge Sampaio.
Sampaio da Nóvoa apresentou esta quarta-feira, em Sintra, a sua
Comissão de Candidatura à Presidência da República.
O discurso de Sampaio da Nóvoa ficou marcado por várias
acusações à presidência de Cavaco. "Os
portugueses sentem-se abandonados, como se os políticos, a começar pelo
Presidente da República, tivessem desistido deles, tivessem desistido de os
proteger", disse o candidato.
O candidato prometeu "uma presidência de tipo novo, sem amarras, que exija um combate mais
duro à corrupção, não permitindo nunca que o Estado seja capturado por
interesses privados. Há política a mais nos negócios e negócios a mais na
política", numa das declarações mais apreciadas pelos presentes.
E entre os presentes encontrava-se António Ramalho Eanes, que
assumiu o palanque sem fugir aos temas da actualidade. O ex-presidente da
República criticou o processo actual de "germanização", em que a
saída da Grécia do euro "se torna hoje confrangedora e ameaçadora
realidade".
O apoio dos outros dois ex-presidentes da República não
foi dado de forma presencial. Mário Soares terá telefonado a Sampaio da Nóvoa
na manhã desta quarta-feira, "disponibilizando-se para o que for
necessário" e pedindo que esta "mensagem de apoio e empenhamento na
campanha" fosse transmitida à plateia do Centro Olga Cadaval.
Jorge Sampaio, que por impedimento da sua agenda não conseguiu
estar presente, gravou uma mensagem onde referia "os valores que
traduz" a candidatura de Sampaio da Nóvoa. Sampaio sublinhou que o
Presidente tem um "papel de agregar energias e vontades" e "esse
papel é insubstituível, por isso, precisamos da lucidez e da visão de António
Nóvoa".