domingo, 21 de junho de 2015

POLITICA PURA E DURA

Francisco Faria Paulino

Respondendo a um amigo que exige pouca escolástica e mais política pura dura, sempre lhe digo que a eleição de um Presidente, hoje, mais do qFue nunca, resulta precisamente de uma política pura e dura porque, quando tudo parece estar reduzido ao deve e haver cego, surdo e mudo dos balanços contabilísticos,  se exige o emprego de meios e práticas cultas para conquistar objectivos políticos, principalmente os mais  difíceis.
O homem, embora condicionado pelas contingências do seu tempo histórico, tende a reagir sempre de forma idêntica, pois é a biologia que determina os seus comportamentos básicos.
A regra do “olho por olho, dente por dente”,  ou a estratégia do  “salve-se quem puder”, apenas são transformadas noutras normas, como a “dá a outra face” ou “primeiro as crianças e as mulheres” se a filosofia, a história e a arte o ajudarem a ser mais sábio, mais prudente e mais solidário.
Em suma, torna-se humano, em resultado do trabalho da cultura sobre si próprio.
O pensamento que resiste ao tempo, a contraditória experiência humana ao longo dos séculos, a beleza do sonho com que se alcança o futuro devem ser matrizes e balizas de todo o conhecimento científico, de toda a experiência, de toda a ambição e de toda a política, que tem de ser a forma mais elevada e nobre de servir os outros na cidade.
Porque a política é pura, por definição, e dura, se necessário.
Defendemos uma ideia de uma Presidência culta, informada e solidária e lutamos por um Presidente que conhece os seus limites constitucionais e exercerá os seus poderes com coragem, serenidade e sabedoria.

E, se necessário, contra os escolhos da má fé e da intolerância, usaremos a força da coerência e a surpresa da diferença.